Uso do
acento da CRASE – Parte 3
1. Vou à ou a terra?
O certo é: “Vou a terra.” A palavra TERRA, no sentido de
“terra firme, chão” (= oposto de bordo), não recebe artigo definido, logo não
haverá crase.
Observe o macete: “volto DE
terra”.
Ao viajar de avião, podemos observar a ausência do artigo
definido antes da palavra TERRA (=terra firme). Quando o avião está
aterrissando, uma das comissárias de bordo vai ao microfone e diz: “Para voos
de conexão e mais informações, procure o nosso pessoal em terra.” Por que não na terra? Porque é em terra firme, e não no planeta Terra. Em outras palavras, o
que ela quer dizer é o seguinte: “Não me chateie a bordo do avião, vá ao balcão
da companhia no aeroporto.”
Qualquer outra TERRA, inclusive
o planeta Terra, recebe o artigo definido. Portanto, haverá crase:
“Vou à terra dos meus avós.” (=volto DA terra
dos meus avós)
“Cheguei à terra natal.” (=volto DA terra natal)
“Ele se referiu à Terra.” (=volto DA Terra / do planeta
Terra)
Observe a diferença:
“Depois de tantos dias no mar, chegamos a terra.” (=terra firme)
“Depois de tantos dias no mar, chegamos à terra procurada.”
2. Vou à ou a casa?
O certo é: “Vou a casa.” A sua própria casa não “merece”
artigo definido.
Observe: Se “você vem DE casa”
ou se “você ficou EM casa”, só pode ser a sua própria casa.
Qualquer outra casa vem
antecedida de artigo definido. Isso significa que haverá crase:
“Vou à casa dos meus pais.” (=volto DA casa
dos meus pais)
“Vou à casa de Angra.” (=volto DA casa de
Angra)
“Vou à casa José Silva.” (=volto DA casa José
Silva)
“Vou à casa do vizinho.” (=volto DA casa do
vizinho)
“Vou à casa dela.” (=volto DA casa dela)
Não haverá crase somente quando
a palavra CASA estiver sem nenhum adjunto:
“Ele ainda não retornou a casa desde aquele dia.”
VOCÊ SABE…
…de onde vêm as expressões “calcanhar de Aquiles” e “sem eira nem beira”?
E qual é a origem da vitória-régia?
1. Por mais forte que seja,
ninguém é invulnerável. Todos têm o seu ponto fraco, seu calcanhar de
Aquiles. Mas quem seria esse Aquiles, e qual é o problema do seu
calcanhar? A resposta está no poema épico “A Ilíada”. Nele, o poeta grego
Homero conta a história da guerra de Troia.
Aquiles foi um dos heróis da
guerra. Quando ele nasceu, foi feita uma profecia de que iria morrer jovem, no
campo de batalha. Para protegê-lo, a mãe mergulhou o bebê no Rio Estige, na
fronteira com o inferno. A água tinha o poder de, para dizer em linguagem
moderna, fechar o corpo de Aquiles. Mas profecia é profecia, e Aquiles terminou
morrendo mesmo, jovem e no campo de batalha, atingido por uma flecha
envenenada. Onde? No calcanhar, o único ponto não tocado pela água, pois foi
por onde a mãe o segurou ao mergulhá-lo no rio. O calcanhar de Aquiles era o
seu ponto fraco, o seu ponto vulnerável.
2. Eira é um lugar ao ar livre onde se estendem as colheitas de
trigo, milho ou centeio para secar, debulhar e limpar.
Quando alguém perde todas suas
posses, diz que ficou “sem eira nem beira”. A expressão vem do tempo em que a
maioria das propriedades era rural, e todos precisavam de uma eira para
processar o que plantavam. Beira, por sua vez, é o que delimita uma casa ou um
terreno, uma aba de telhado. Quem não tem nem eira nem beira, portanto, é o que
não tem teto nem terra.
3. A vitória-régia é verdadeiramente uma rainha. Imponente pelo
tamanho das folhas verdes e arroxeadas, que suportam até quarenta e cinco
quilos de peso sem afundar, ela chama a atenção também por suas lindas flores
perfumadas, brancas, vermelhas ou cor-de-rosa, que têm um sem-número de pétalas
e chegam a medir quarenta centímetros de diâmetro.
Tudo isso fez da vitória-régia uma rainha entre as plantas
flutuantes. E foi por causa dessa majestade que o botânico inglês John Lindley
a batizou em homenagem à soberana Vitória da Inglaterra. Régia vem de regina,
que em latim quer dizer rainha.
O que é ALITERAÇÃO?
Leitor quer saber se o exemplo
abaixo caracteriza ou não um caso de aliteração: “A aposta é arriscada, pois
não se pode prever se a renúncia do Estado em receber receitas presentes
redundará num fomento econômico que, ao final, reabasteceria os cofres públicos.”
Para quem não está lembrado,
aliteração é uma figura de estilo que consiste na repetição de um mesmo fonema:
“Quem com ferro fere com ferro será ferido” (repetição do “f”).
Existem aliterações famosas na
nossa literatura. Temos um belo exemplo em versos do poeta simbolista Cruz e
Souza: “Vozes veladas, veludosas vozes, volúpias dos violões, vozes veladas
vagam nos velhos vértices velozes dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
No texto jornalístico, em
geral, a aliteração não faz sentido. Quanto ao exemplo que o nosso leitor nos
apresenta, há realmente uma excessiva repetição do “r”: renúncia, receber,
receitas, redundará, reabasteceria.
e=� � t f ^ �� ial","sans-serif"'>mal incurável.” (=doença);
“O seu mal é não ouvir os mais velhos.”
(=defeito).
1. S ou
SS ou Ç? Terminações: -SÃO ou -SSÃO ou -ÇÃO?
1.1. Substantivos
derivados de verbos terminados em -GREDIR, -MITIR e -CEDER >> -SSÃO.
agredir >>
agressão
progredir >>
progressão
regredir >>
regressão
admitir >>
admissão
demitir >>
demissão
omitir >>
omissão
ceder >>
cessão
conceder >>
concessão
suceder >>
sucessão
1.2. Substantivos
derivados de verbos terminados em -ENDER, -VERTER e -PELIR >> -SÃO.
apreender >>
apreensão
compreender >>
compreensão
pretender >>
pretensão
converter >>
conversão
reverter >>
reversão
subverter >>
subversão
expelir >>
expulsão
impelir >>
impulsão
repelir >>
repulsão
1.3. Substantivos
derivados dos verbos TER e TORCER >> -ÇÃO.
ater >>
atenção
reter >>
retenção
deter >>
detenção
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