Qual é
a diferença entre ÓTICA e ÓPTICA?
Segundo é conceituado dicionário Caldas Aulete, óptica é a parte
da física que trata da luz e fenômenos da visão. Pode ser também o
estabelecimento que vende ou fabrica instrumentos ópticos, e especialmente
óculos e lunetas. O dicionário Aurélio acrescenta a origem: do gregooptiké. O opticista é o
especialista em óptica.
A verdade, porém, é que, hoje
em dia, praticamente todas as ópticas são chamadas de óticas. Será que está
errado?
Não. Os nossos dicionários registram a forma ótica como variante de óptica.
A dúvida se deve ao sentido original de ótico: relativo ao
ouvido. Vem do grego otikós. Daí a otite, que é
a inflamação do ouvido; a otalgia, que é a popular dor de ouvido. O otologista
é o médico especializado em doenças do ouvido. Otorrino é abreviação de
otorrinolaringologista, que é o especialista em ouvido, nariz e laringe.
Já tivemos o
oftamotorrinolaringologista: especialista (logia + ista) em olhos (oftamo),
ouvido (oto), nariz (rino) e garganta (laringo). É uma especialidade quase
inexistente. Também…um pouquinho mais e já seria um clínico geral!!!
Por fim, de onde saiu esse tal oftalmo? Vem do grego ophthalmo,
que significa “olho”. A oftalmologia é o ramo da medicina que estuda os olhos
em todos seus aspectos. É sinônimo de oculística. Assim sendo, um
oftalmologista ou oftalmólogo é sinônimo de oculista.
Resumindo: a palavra óptica só
pode ser usada para os fenômenos da visão e ótica pode ser sinônimo de óptica
ou relativo ao ouvido.
Qual é a origem da palavra LEAL? E de onde vem a palavra LEGAL?
Cartas legais de um leitor
leal: “1. LEALDADE – Nos bons tempos, esta palavra tinha muito a ver com
honradez e ética, e não submissão e conveniência, conforme é hoje empregada
pelos políticos. Assim é que um indivíduo leal era aquele fiel ao ideário de um
partido ou ao compromisso com sua própria consciência, mas hoje em dia passou a
sê-lo apenas ao padrinho que o nomeou para um cargo público. (…) É uma pena
notar que uma palavra tão bela como lealdade passou a ser sinônimo de
cumplicidade. 2. LEGAL – Muito usada hoje em dia pelos jovens, significando
coisa ou pessoa de ótima qualidade, nada tendo a ver com as leis ou com a
justiça. Sua origem é latina, a mesma do adjetivo LEAL.”
Como pudemos constatar, LEAL e LEGAL têm a mesma origem. Vem do
latim lex,legis, que é a origem de LEI. Portanto,
na sua origem, LEGAL é estar de acordo com a lei. Daí outras tantas palavras
derivadas: ILEGAL (=que não está de acordo com a lei); LEGALIZAR (=tornar
legal, dentro da lei); LEGISLAR (=criar a lei); LEGISLADOR (=quem cria a lei);
LEGISLAÇÃO (=conjunto de leis); LEGISLATIVO (=que tem o poder de legislar);
LEGISTA (=que conhece ou estuda as leis)…
Quanto ao LEGISTA, é interessante observarmos os comentários
feitos pelo professor Deonísio da Silva, no seu livro De
onde vêm as palavras: “Legista: o vocábulo é frequentemente
utilizado para designar o profissional que se serve dos conhecimentos médicos
para esclarecer questões jurídicas. Sua denominação original é médico-legista,
já que para o exercício de sua profissão é indispensável o curso de medicina.
Mas os costumes consagraram, por economia vocabular, como é de praxe, apenas a
segunda palavra.”
Assim sendo, um “cara legal” é
“maneiro, bacana, amigo”, mas, pela sua origem, é um cara que só age “dentro
dos conformes”.
Leitor contesta:
“Deu nesta coluna, a respeito
da concordância no infinitivo: ‘Quando o sujeito está claramente expresso,
fazemos a concordância no plural’. E o exemplo: ‘O gerente mandou seus
subordinados resolverem o problema’.
Entretanto, está escrito: ‘Deixai
vir a mim as criancinhas’, apesar de o sujeito estar claramente expresso. É
que, quando a construção se faz com os verbos deixar, mandar, fazer, sentir,
ouvir e ver, embora os sujeitos sejam diferentes, o infinitivo não se flexiona.
De sorte que, no exemplo da
coluna, o correto seria: ‘O gerente mandou seus subordinados resolver o
problema’, já que a construção se fez com o verbo mandar.”
Meu caro leitor, não seja tão
radical e não reduza tudo a certo ou errado. Se você consultar uma meia dúzia
de gramáticas, certamente encontrará opiniões divergentes a respeito desse
assunto. Há quem afirme que o infinitivo obrigatoriamente concordará no plural;
outros são radicais ao exigirem o infinitivo não flexionado (=no singular); e
muitos, como eu, são mais flexíveis e aceitam as duas formas.
Quando disse “fazemos a concordância no plural”, estava me
referindo ao padrão adotado aqui no jornal. Faltou dizer que nós usamos o verbo
no plural somente quando o sujeito plural vem expresso antes do infinitivo. Isso não significa que
consideremos um erro pôr o infinitivo no singular. Portanto, são aceitáveis as
duas formas: “O gerente mandou seus subordinadosresolver ou resolverem o
problema”. Quanto à frase “Deixai vir a mim as criancinhas”, também preferimos
o infinitivo no singular, pois o sujeito está expresso, mas invertido, ou seja,
depois do infinitivo.
DESAFIO
Que é neófito?
a) um tipo de
folha;
b) novato,
principiante, noviço;
c) ignorante,
quem não tem cultura e inteligência.
Resposta: letra (b) = neófito,
na igreja primitiva, era o indivíduo recentemente convertido ao cristianismo. O
prefixo “neo” vem do grego e significa “novo”. Daí o tal de neoliberalismo
(=doutrina nova, em voga nas últimas décadas do século XX, que prega a redução
do Estado na economia e na esfera social).
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