Formação
do FUTURO do SUBJUNTIVO
O futuro do subjuntivo indica um futuro hipotético.
É usado principalmente em orações condicionais (se…) e temporais (quando…).
Deriva-se da 3ª pessoa
do plural do pretérito perfeito do indicativo (trocar a terminação “ram” por
“r”): eles fizeram (– “ram”) > fize (+ r) = se eu fizer ou quando eu fizer;
eles trouxe(ram) = quando eu trouxer; eles quise(ram) = se eu quiser…
Veja mais exemplos:
Infinitivo – Pret.
Perf. Ind. (3ª plural) = Fut.
do Subj. (se ou quando…)
DIZER – Eles
disse(ram)
= disser
PÔR – Eles
puse(ram)
= puser
SER e IR – Eles
fo(ram)
= for
VIR – Eles vie(ram)
= vier
VER – Eles
vi(ram)
= vir
É por isso que o futuro do subjuntivo do verbo VER fica: “se eu vir o filme”;
“quando você vir o resultado do teste”; “quando nos virmos novamente”; “se
vocês virem a verdade”…
CRASE?
Observação do leitor: “Lendo sua coluna, estranhei a crase na frase ‘Isso não
está adequado à nossa empresa’. Favor corrigir-me se eu estiver errado, pois
entendo que antes de pronome demonstrativo não se usa crase.”
Temos aqui uma pequena confusão. É correto afirmarmos que jamais ocorre a crase
antes dos pronomes demonstrativos. O problema é que pronomes demonstrativos são
este, esta, estes, estas, isto, isso, esse, essa…
Assim sendo, não haverá crase em:
“O diretor referiu-se a esta proposta.”
“Fazia referência a essa situação…”
Com pronomes demonstrativos, só é possível haver crase com os pronomes aquele,
aquela, aqueles, aquelas e aquilo:
“O diretor referiu-se àquela proposta.”
“Fazia referência àquele fato.”
Na frase a que se refere o leitor, o que temos é um pronome possessivo: nossa.
Nesse caso, quando o pronome possessivo está no feminino e no singular (minha,
tua, sua, nossa e vossa), o uso do acento da crase é facultativo, porque pode
haver o artigo definido ou não:
“Estamos a ou à sua disposição.”
“Isso não está adequado a ou à nossa empresa.”
LITERALMENTE existe?
Leitor afirma: “A palavra literalmente não existe. O Aurélio e o dicionário
Michaelis não a registram.”
Existe sim.
Os advérbios de modo terminados em “mente” são derivados de adjetivos: rápido –
rapidamente; leve – levemente; claro – claramente; suave – suavemente; literal
– literalmente…
Os dicionários, em geral, só registram os adjetivos. Isso não significa que os
advérbios derivados “não existam”.
Dizer que “a frase foi traduzida literalmente” significa que a frase foi
traduzida “ao pé da letra”, ou seja, “sem nenhuma alteração”, “exatamente como
foi escrita no texto original”.
Inadmissível é usar o advérbio “literalmente” com o sentido de “completamente
ou totalmente”: “O atacante estava literalmente impedido”; “A janela está literalmente fechada”.
Pior ainda é usar “literalmente” em frases metafóricas:
“O estádio tornou-se literalmente um caldeirão”. Se fosse verdade, todos
morreriam cozidos.
“Neste domingo, Neymar parou literalmente o Brasil”. Impossível, absurdo.
“Na entrevista coletiva, o técnico estava literalmente sem saco”. Sem comentários.
Brilhava OU brilhavam?
Leitora critica: “Na frase ‘era um pisca-pisca musical no qual brilhava cerca de 100 luzinhas’, o verbo brilhar pode ser usado no singular? Por quê?
Porque ‘cerca de’ permite (ou exige?) que o verbo seja empregado no singular?”
Não exige nem permite. Minha querida e atenta leitora, pode ter sido apenas um
erro de digitação. O verbo deveria estar no plural para concordar com o núcleo
do sujeito (= luzinhas).
Quando usamos as expressões “cerca de”, “perto de”, “por volta de”, “em torno
de”, o verbo deve concordar com o núcleo do sujeito (=substantivo):
“Cerca de dez alunos compareceram à aula.”
“Perto de 200 candidatos já foram reprovados.”
“Por volta de 50 inscritos desistiram.”
“Em torno de 2 mil torcedores viajaram.”
Assim sendo, o certo é “…na qual brilhavam cerca de 100 luzinhas”.
DESAFIO
Qual é a forma correta:
“A sociedade ONDE ou EM QUE
vivemos…”?
As duas formas são possíveis.
Eu prefiro dizer “…a sociedade em que vivemos…”
Se nós vivemos “em algum
lugar”, nós podemos usar o pronome “onde”. O problema é que “sociedade” não
caracteriza bem um “lugar”, por isso prefiro usar a forma “em que”. Se fosse mundo,
país ou cidade, não haveria dúvida alguma de que as duas formas estariam
perfeitas: “…o mundo onde ou em que vivemos”.
Erro mesmo seria dizer “…a sociedade que vivemos…”
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