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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Palavras paroxítonas terminadas em ‘em’ ou ‘ens’ não recebem acento


Deu no jornal: “Por causa destes cinco ítens, que causaram a reprovação…”
Observação de um leitor: “Desconheço as regras que permitam acentuar a palavra ítens.”
Eu também.
As palavras paroxítonas terminadas em “em” ou “ens” não recebem acento gráfico: jovem, jovens; ordem, ordens; nuvem, nuvens; homem, homens; modem, modens; item, itens; polens, abdomens, liquens, hifens…

O PLURAL DE BRASIL É BRASIS?
É isso mesmo.
As palavras terminadas em “il” fazem plural segundo a posição da sílaba tônica:
a)    Palavras oxítonas = a terminação “il” vira “is”: funil – funis; barril – barris; Brasil – Brasis;
b)    Palavras paroxítonas = a terminação “il” vira “eis”: projétil – projéteis; estêncil – estênceis; fóssil – fósseis.
MAGÉRRIMO ou MACÉRRIMO?
Internauta quer saber se a forma “magérrimo” já é aceitável.
O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, registra duas formas: magérrimo e macérrimo.
O dicionário Aurélio registra, mas classifica “magérrimo” como um superlativo anormal.
O dicionário Michaelis também registra. Classifica “magérrimo” como anormal e diz que o certo é macérrimo.
Não é uma questão de certo ou errado. As duas formas são aceitáveis.
A forma “magérrimo” é característica da linguagem coloquial brasileira. Sem dúvida, é a variante mais usada.
Em textos formais, que exijam o padrão culto, o melhor é usar macérrimo.
FEMURAL ou FEMORAL?
Comentário de um leitor: “Na reportagem sobre a internação de um artista, o texto explicativo e o desenho ilustrativo do procedimento médico de cateterismo para a cinecoronariografia indicam a artéria “femural”, quando o correto é FEMORAL”
O nosso leitor está certíssimo. Embora o osso da coxa seja o FÊMUR com “u”, o adjetivo a ele relacionado deve ser escrito com “o”, ou seja, o certo é FEMORAL.
ATEMPORAL ou INTEMPORAL?
Internauta quer saber se a palavra ATEMPORAL está errada, pois, segundo ele, não encontrou em nenhum dicionário pesquisado.
Até bem pouco tempo, ensinava aos meus alunos que, embora a forma ATEMPORAL fosse de uso corrente, o certo era usar o adjetivo INTEMPORAL. Mas a língua é viva…
O novo dicionário Aurélio e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, publicado pela Academia Brasileira de Letras, já registram a palavra ATEMPORAL.
Assim sendo, não se considera “erro” o uso do adjetivo ATEMPORAL. Temos oficialmente as duas opções: INTEMPORAL ou ATEMPORAL. Você decide.
IR A ou IR PARA?
Leitor quer saber qual é a distinção entre “eu vou a São Paulo” e “eu vou para São Paulo”.
As duas formas são corretas. A regência do verbo IR aceita tanto a preposição “a” quanto a preposição “para”. A diferença é semântica, ou seja, há uma pequena alteração no sentido da frase.
O uso da preposição “a”, nesse caso, dá uma ideia de “transitoriedade”, de algo “passageiro”; a preposição “para” dá uma ideia de “permanência”, de algo “definitivo”.
Se você viajar a São Paulo, eu imagino uma viagem a serviço, que você vai e volta no mesmo dia, que se trata de uma viagem rápida.
Caso você viaje para São Paulo, eu posso imaginar que você foi transferido e vai ficar morando em São Paulo ou que se trata de uma viagem longa, sem data para voltar.
É interessante observar que, na linguagem popular, quando alguém é demitido ou um jogador é expulso de campo, dizemos que ele “foi pra rua” ou “foi pra fora”. É a ideia de “coisa definitiva”, e não transitória.
Assim sendo, no seu trabalho, uma “saidinha” é “ir à rua”. Quem “vai pra rua” geralmente não volta. É como a garotada que vai “pra noite” ou “pra praia”. É quem não tem hora para voltar.
É a velha dúvida de quem não sabe se manda alguém “a” ou “para” algum lugar.




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