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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Herói vive amor de 600 anos em "Uma História de Amor e Fúria

Bruno Porciuncula Uma história de amor que dura 600 anos entre um índio (Selton Mello), que sempre antes de morrer se transforma em um pássaro, e as várias reencarnações de Janaína (Camila Pitanga). Nesse período, o casal participa de momentos-chave da história do Brasil como a guerra entre tupinambás e tupiniquins, o período da escravidão, a ditadura militar e um futuro onde a água é escassa. Essa é a trama de Uma História de Amor e Fúria, animação brasileira que estreia nesta sexta-feira, 5, nos cinemas. O longa começou a ser produzido em 2003. O diretor Luiz Bolognesi, amante de quadrinhos e história do Brasil, decidiu reunir as duas paixões em um filme de animação que, segundo ele, é melhor de dirigir . "Não funciono sob pressão. Não serviria para fazer uma final de copa do mundo. Com animação, tudo tem tempo. A cena não ficou boa, a gente reescreve e refaz.", diz. Para organizar as ideias e mostrar os fatos com rigor histórico, Luiz contou com a colaboração de três antropólogos, um psicólogo e um historiador. "Estudamos para ver que história poderíamos contar e depois eu parti para a dramaturgia escrevendo o roteiro", conta Bolognesi, roteirista de sucessos como Bicho de Sete Cabeças e Chega de Saudade. Gravações - Ao contrário do que se faz normalmente, os atores não dublaram os personagens. Eles gravaram as vozes e, a partir daí, a animação de Uma História de Amor e Fúria foi criada. A personagem Janaína, em duas fases da história, inclusive se assemelha muito com Camila Pitanga, mas isso não foi intencional, segundo o diretor. Para Selton Mello, que começou a carreira fazendo dublagens, essa experiência foi inédita. "Trabalhei quatro dias em 2008. Depois Luiz voltava, mudava e era mais um dia regravando. Ele sumia e aparecia um ano depois para gravarmos mais algumas mudanças", explica o ator, que topou participar do projeto antes mesmo de ler o roteiro, pela confiança que tinha em Bolognesi. No final, ele gostou do que viu nas telas. "Achei o filme lindo, consistente e forte. Fala um pouco da nossa história sem ser professoral". Gravar as vozes serviu também para Selton matar a saudade da infância e juventude, quando passava horas em estúdios dublando personagens como Charlie Brown, do Snoopy, Jones, de Loucademia de Polícia, e Ralph Machio em Karatê Kid. "Gosto muito de trabalhar com a voz e foi um período muito legal da minha vida. Aprendi muito", conta. Selton aponta Mário Monjardim, responsável pelas vozes do ator Gene Wylder e dos personagens Capitão Caverna e Pernalonga, como uma das inspirações. "Ele fez um trabalho genial com Salsicha, do Scooby-Doo. Abrasileirou o personagem falando 'Scooby Doo, onde 'tá' você meu filho'", diz, imitando a conhecida voz do personagem. Novos projetos - Selton Mello ainda colhe os louros pela direção de O Palhaço, que vai estrear na Espanha. "Foi uma experiência linda dirigir o filme. Ele inclusive teve uma receptividade muito boa aí na Bahia. Isso me deixou muito feliz", diz. Enquanto novos projetos não aparecem no cinema, Selton já se prepara para comandar a segunda temporada do seriado Sessão de Terapia, do canal GNT. Já o diretor Luiz Bolognesi pretende dirigir mais uma animação em 2015. Por enquanto, está debruçado sobre os roteiros de Como Nossos Pais, que vai ser dirigido por Laís Bodanski, e Vida de Palhaço, que tem na direção, Daniel Rezende.

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