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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Saiba como fica o plural das siglas e tire outras dúvidas


DÚVIDAS DOS LEITORES

1ª) Plural de abreviaturas e siglas?
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), abreviaturas oficiais não fazem plural: 10kg, 20km, 8h…
Se escrevermos por extenso, o plural é normal: quilogramas, quilômetros, metros, horas…
Siglas fazem plural com a desinência “s”, sem apóstrofo: PMs, CPIs, IPVAs, Ufirs, Detrans…

2ª) Uso do hífen com o prefixo “sub-“?
Segundo o novo acordo ortográfico, a única alteração é o fato de o uso do hífen ter-se tornado facultativo antes de palavras começadas por “h”: subumano ou sub-humano, subepático ou sub-hepático.
Nos demais casos, a regra é a mesma anterior ao novo acordo: só há hífen se a palavra seguinte começar por “b” ou “r”: sub-base, sub-bibliotecária; sub-raça, sub-reino, sub-reitor…
Isso significa que, diante de palavras começadas por qualquer letra diferente de “h”, “b” e “r”, devemos escrever sem hífen: subaquático, subemprego, subeditor, subitem, subchefe, subprefeitura, subsolo, subsecretário…

3ª) Qual é o plural de “camisa rosa”?
É “camisas ROSA”. Todo substantivo tomado como adjetivo torna-se invariável: camisas vinho, laranja; blusas abóbora, limão, violeta; sapatos gelo, areia; passeatas monstro…

4ª)  Uso do hífen com o prefixo “mini-“?
Segundo o novo acordo ortográfico, prefixos com duas sílabas ou mais, terminados por vogal (anti, contra, auto, infra, sobre, mini, micro, mega, tele…), só devem ser grafados com hífen se a palavra seguinte começar por “h” ou “vogal igual”: anti-herói, anti-inflacionário, contra-ataque, auto-hipnose, auto-observação, infra-hepático, infra-assinado, sobre-erguer, sobre-humano, micro-ondas…
Com as demais letras, devemos escrever “tudo junto”: antivírus, antissemita, antirracista, contraindicado, autoatendimento, infraestrutura, ultrassom, sobrecoxa, sobretaxa, megaempresário, televendas, telessexo…
Com o elemento “mini-“, devemos aplicar a mesma regra: mini-hospital, mini-internato, minidicionário, minissaia, minirreforma…

5ª) O correto é PORTFOLIO ou PORTIFÓLIO ou PORTFÓLIO?
Em inglês, não há acento; em português, deveria ter acento.
Deveria ser “portifólio”, mas essa grafia não está registrada.
No mais novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), publicado pela Academia Brasileira de Letras, a forma oficial é PORTFÓLIO. É assim que devemos escrever.

6ª) O correto é SÊNIOR ou SENIOR?
Em bom português, devemos escrever com acento circunflexo: SÊNIOR. O acento gráfico se justifica pela regras das paroxítonas terminadas em “r”: revólver, repórter, mártir, éter, hambúrguer, contêiner, júnior…
Sênior e júnior, no plural, perdem o acento gráfico devido à mudança de posição da sílaba tônica: seniores e juniores.
As demais palavras mantêm o acento gráfico porque se tornam proparoxítonas: repórteres, mártires, hambúrgueres, contêineres…

7ª) Bife à cavalo OU bife a cavalo?
Embora seja um caso polêmico, prefiro “bife à cavalo” (= à moda de), assim como “churrasco à Osvaldo Aranha”, “bacalhau à Gomes de Sá”…

8ª) Após às 10h OU após as 10h? Até às 10h OU até as 10h?
No primeiro caso não há discussão: não há crase após uma preposição, pois, assim, não há a preposição “a” necessária para que ocorra a crase: “Saiu após as 10h”, “Está aqui desde as 10h”, “A reunião foi transferida para as 10h”, “Teve de se explicar perante a justiça”…
No caso da preposição ATÉ, em Portugal, aceita-se o seu uso com a preposição A. Isso tornaria a crase facultativa. No Brasil, porém, isso não é usual; sugiro, portanto, que usemos “até as 10h” sem o acento indicativo da crase.

9ª) Vai-e-vem OU vai e vem OU vaivém OU vaivem OU vai vem? 
Há duas formas registradas: vai e vem (sem hífen) e vaivém (junto e com acento agudo).
No caso da forma VAI E VEM, segundo o novo acordo ortográfico, palavras compostas com elemento de conexão só mantêm os hifens se forem palavras ligadas à zoologia ou à botânica: joão-de-barro, copo-de-leite. Nos demais casos, não há mais hífen: mão de obra, dona de casa, quartas de final, dia a dia, disse me disse, sobe e desce, vai e vem…
No caso da forma VAIVÉM, o acento gráfico se justifica pela regra das oxítonas terminadas em “em/ens”: porém, alguém, também, refém, reféns, armazém, armazéns, parabéns, vaivém, vaivéns…



2)    letra (b) = Infligir penas, multas ou castigos significa “imputar penas, aplicar multas, impor castigos”. Torturar ou atormentar é afligir. E violar ou transgredir é infringir.

Veja o que significa o elemento ‘dromo’ de sambódromo

CURIOSIDADES ETIMOLÓGICAS
Qual é a origem da palavra piscina? E o que significa o elemento “dromo” de autódromo, hipódromo, sambódromo e camelódromo?
1)    Piscina vem de peixe. Na sua origem, piscina é um “viveiro de peixes”. É um reservatório de água onde era comum criar peixes. Hoje em dia, designa também um tanque artificial para natação. Em razão disso, nós fomos para a piscina e pusemos os peixes no aquário, que vem de água. Além da piscina, é bom lembrarmos outras palavras derivadas de peixe: pisciano (quem nasce sob signo de Peixes); piscicultura (arte de criar e multiplicar peixes); pisciforme (que tem forma de peixe); piscoso (lugar em que há muito peixe).
2)    Dúvida de leitor: “O elemento de composição dromo, de origem grega, tem o significado de “lugar para correr”, como atestam os bons dicionários. Assim existem as palavras autódromo, velódromo, hipódromo… Entretanto, o popular, nos últimos anos, fez a criação infeliz de sambódromo, camelódromo, para designar, respectivamente, o lugar onde as escolas de samba desfilam e o lugar onde se reúnem os camelôs. Esses neologismos, que estão sendo incorporados ao idioma, não poderiam ser de pior qualidade, já que o que se faz num sambódromo e num camelódromo não é nenhuma corrida.”
A crítica do nosso leitor se deve à alteração do sentido original do elemento “dromo” (=pista, lugar para corridas). Daí o autódromo, que é o local próprio para corridas de automóveis; o hipódromo, que é a pista para corrida de cavalos; velódromo, para corridas de bicicletas.
Hoje em dia, “dromo” passou a designar apenas o “lugar”, e não mais a pista: sambódromo é o lugar para os desfiles de escolas de samba (não há a necessidade de nossos sambistas desfilarem “correndo”); camelódromo é o local próprio para os camelôs venderem suas mercadorias (lá, os camelôs não precisam fugir “correndo”); fumódromo é o local apropriado para os fumantes (não significa que é preciso fumar “correndo” para voltar logo ao trabalho).
A língua é viva. Em razão disso, não há nada errado em uma palavra ou elemento formador ganhar novos sentidos e usos. É dessa forma que as línguas evoluem e se transformam com o passar dos tempos. A língua portuguesa que falamos hoje não é a mesma dos nossos avós, não é a mesma dos tempos de Machado de Assis e José de Alencar, muito menos da época de Camões.
As mudanças fazem parte da evolução das línguas vivas. Isso é natural.

Quem COMPOR ou COMPUSER?
                    Leitora afirma ter lido num bom jornal:: “…porque define qual é a chapa oficial – quem compor outra chapa…”
Observação da espantada leitora: “Quem compor ????????”
A nossa atenta leitora tem razão. Não é a primeira vez que observo esse tipo de erro. Devemos usar o verbo no futuro do subjuntivo, e não no infinitivo: quem compuser, quem fizer, quem souber, quem for, quem disser…

DESAFIO
Qual é o significa da palavra topônimo?
Topônimos são…
a)    nomes de origem indígena;
b)    nomes de lugares;
c)    nuclídeos que têm o mesmo número atômico.

Resposta do DESAFIO:
Letra (b) = topo (lugar) + onimo (nome).
Topônimos são os nomes próprios de lugares: América, Brasil, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Serra do Mar, Cabo de Santo Agostinho…

CAPOTAMENTO ou CAPOTAGEM?
Leitor: “Gostaria de pedir sua opinião sobre uma questão que me incomoda. Recentemente, um grande jornal publicou uma manchete de primeira página: ‘Capotamento mata seis na Br…’
Ora, argumentei com um amigo meu, jornalista do tal periódico, o certo seria ‘Capotagem mata…’ E o colega disse que não está errado, pois todo mundo emprega ‘capotamento’. Pedi que consultasse um dicionário, mas não o convenci que ‘capotamento’ é um desastre que não pode acontecer. Mas lembrei-me de ter ouvido esse termo até numa edição do Jornal da Globo. Qual é seu veredicto a respeito?”
Segundo os nossos dicionários e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, publicado pela Academia Brasileira de Letras, o ato de capotar é capotagem, mas a forma CAPOTAMENTO já aparece registrada em alguns dicionários.
É bom lembrar que, para formar substantivos derivados de verbos, podemos usar os sufixos “-ção” (anulação, colocação), “-mento” (julgamento, deslocamento) ou “-agem” (contagem, aprendizagem). E há palavras que admitem duas formas variantes: aparição e aparecimento, monitoração e monitoramento, lavação e lavagem…
Assim sendo, podemos aceitar CAPOTAGEM e CAPOTAMENTO.

2)    Que é infligir?

a)    torturar, atormentar;
b)    aplicar, imputar;
c)    violar, transgredir.

Respostas dos DESAFIOS:
1)    letra (a) = trans (=mudança) + geno (=gene). Formação de nova espécie por meio de mutações é transmutação. Indivíduo que deseja pertencer ao sexo oposto é transexual.
2)    letra (b) = Infligir penas, multas ou castigos significa “imputar penas, aplicar multas, impor castigos”. Torturar ou atormentar é afligir. E violar ou transgredir é infringir.


Por que quem nasce no estado do RJ é chamado de fluminense?


VOCÊ SABE…
…qual é a origem da palavra nepotismo? E por que quem nasce no estado do Rio de Janeiro éfluminense?
Já vimos, mas é sempre bom repetir. Carioca vem do tupi e significa “casa de branco”. Refere-se à cidade do Rio de Janeiro. Quem nasce no estado do Rio de Janeiro é fluminense, que vem do latim flumine (=rio) mais o sufixo -ense (=natural). É por isso que água de rio é água fluvial. O adjetivo fluvial refere-se a rio. Um fluviômetro, por exemplo, é o instrumento que mede a altura das enchentes dos rios. Navegação fluvial é navegação em rios. Não devemos confundir fluvial com pluvial, que se refere a chuva. Um pluviômetro mede a quantidade de chuva caída num determinado lugar. Daí o índice pluviométrico da região.
Quanto ao nepotismo que infesta os nossos noticiários, a expressão tem uma origem curiosa. Nepotismo vem do latim nepote, que significa “sobrinho”. Segundo nossos estudiosos e interessados em etimologia, a expressão vem do século XV, quando alguns papas favoreciam seus parentes com cargos importantes. O mais citado é o papa Alexandre VI que, durante seu pontificado, teria favorecido sistematicamente seu filho (ou seria sobrinho?) César Bórgia.
Hoje em dia, a expressão nepotismo continua sendo usada com referência ao favorecimento de parentes. É quando um político se vale do seu cargo público para ajudar parentes com empregos ou outras vantagens. Talvez nem tudo seja verdadeiro, mas uma certeza nós temos: a expressão nepotismo apresenta uma terrível carga negativa.

PLANT ou PLANTA?
Leitor afirma ter lido num bom jornal: “O navio britânico zarpou na noite de anteontem de Chergurg na França rumo ao Japão com 192 contêineres de resíduos vitrificados japoneses reprocessados na planta da Companhia Geral de Materiais Nucleares (Cogema) em La Hague.”
Comentário do leitor: “Há algum tempo venho observando reportagens e matérias traduzidas com cognatos traduzidos ao pé da letra, comprometendo muitas vezes o sentido da informação divulgada. Assim, a palavra plant, que significa ‘fábrica’, foi traduzida como planta.”
O nosso atento leitor tem razão. A tradução de plant por planta, em vez de fábrica, parece que virou moda. Em português, planta é planta, fábrica é fábrica. Assim sendo, dizer “chão de planta” por “chão de fábrica” é puro modismo.
Outro exemplo que se encaixa nesse caso é o uso de “pontual” por “específico”: “Temos problemas pontuais para resolver”. Ora, “problemas pontuais” são problemas específicos. Pontual, em português, é quem cumpre o horário estabelecido, quem chega na hora marcada.
Não faz muito tempo, ouvi numa rádio: “Os atrasos nos aeroportos de São Paulo são pontuais”. Isso é coisa de maluco! Será que os atrasos estão cumprindo os horários estabelecidos?

FLUZÃO ou FLUSÃO?

Dúvida de uma leitora do tricolor carioca: “É que a nossa imensa torcida anda com uma daquelas dúvidas cruéis: qual é o aumentativo de FLU? FLUZÃO ou FLUSÃO?
Primeiro, lembremos a regra dos sufixos.
a)    Usamos o sufixo “-inho” quando a palavra possui a letra “s” na
sua raiz: mesa – mesinha; casa – casinha; coisa – coisinha; lápis – lapisinho; tênis – tenisinho.
b)    Quando não há a letra “s”, devemos usar o sufixo “-zinho”: pé –
pezinho; café – cafezinho; flor – florzinha; balão – balãozinho; papel – papelzinho.
Assim sendo, pergunto: qual é diferença entre um paisinho e um paizinho? Simples, paisinho é um pequeno país e paizinho é diminutivo de pai, é o “painho”.
Como a regra deve ser aplicada para os diminutivos e para os aumentativos, o nosso grande FLU só pode ser o FLUZÃO.

DESAFIOS

1)    Qual é o significado de transgênico?
a)    organismo que possui um ou mais genes provenientes de outra espécie;
b)    formação de nova espécie por meio de mutações;
c)    indivíduo que deseja pertencer ao sexo oposto.


2)    Que é infligir?
a)    torturar, atormentar;
b)    aplicar, imputar;
c)    violar, transgredir.

Respostas dos DESAFIOS:
1)    letra (a) = trans (=mudança) + geno (=gene). Formação de nova espécie por meio de mutações é transmutação. Indivíduo que deseja pertencer ao sexo oposto é transexual.
2)    letra (b) = Infligir penas, multas ou castigos significa “imputar penas, aplicar multas, impor castigos”. Torturar ou atormentar é afligir. E violar ou transgredir é infringir.


Você vai ‘de encontro a’ ou ‘ao encontro de’? Entenda a diferença


DE ENCONTRO A ou AO ENCONTRO DE?

Um internauta afirma ter lido, há muito tempo, num bom jornal: “A missão a que a CBF se propõe vai de encontro às ideias do presidente da CPI”.
Observação do atento leitor: “A missão a que se propunha a CBF coincidia com a ideia do presidente da CPI.”
Se a ideia coincide, “a missão a que a CBF se propõe vai ao encontro das ideias do presidente da CPI”, e não de encontro a.
Lembrando:
1.    “Ir de encontro a” é “ir contra”;
2.    “Ir ao encontro de” é “ir a favor”.
Se o carro se chocou contra o poste, “o automóvel foi de encontro ao poste”; se um bêbado cambaleante, com uma garrafa de cachaça na mão, abraça-se ao poste para não cair e assim salvar a “pinga”, significa que ele foi “ao encontro do poste”.

TODO ou TODO O?

Não gosto de criticar linguagem publicitária, mas foram tantas críticas…
É a propaganda de um curso de inglês: “Aluno novo paga meia em todo Brasil”.
Os nossos leitores têm razão. Faltou o artigo definido: “em todo o Brasil”, pois se trata do Brasil inteiro. Sem artigo, significaria “qualquer Brasil”, o que é um absurdo.
Lembrando:
1. Todo (sem artigo) significa “qualquer”: “Todo país deve preservar a natureza” (=qualquer país, todos os países).
2. Todo o (com artigo) significa “inteiro”: “Neste domingo haverá vacinação em todo o país” (=no país inteiro).
Se você faz toda obra, significa “qualquer tipo de obra”; se você fizer toda a obra, entende-se “a obra inteira”. Há muita diferença entre beijar “todo colega de trabalho” e “todo o colega de trabalho”. É bom tomar cuidado.
E quanto à propaganda, mais estranho ainda é o fato de alunos novos só pagarem meia. Devo entender que alunos antigos, que se matricularam na época devida, vão pagar o dobro?

VOCÊ SABIA…
…que Florianópolis significa cidade de Floriano, em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto?
Um grande amigo, professor de História, hoje morador de Florianópolis, disse ter ficado indignado ao saber dessa versão, pois não nutre lá muita simpatia pelo nosso Marechal Floriano.
Pediu para não ser identificado e afirmou: “Se for verdade, adoto de vez a forma popular Floripa”.
Então, meu amigo, sinto informar que hoje você é um ilustre morador de Floripa, forma abreviada e carinhosa.
É importante lembrar que o elemento grego “polis” significa “cidade”. Encontramos em vários exemplos, como Teresópolis (=cidade de Teresa) e Petrópolis (=cidade de Pedro, o imperador).
Interessante é o caso da palavra metrópole, que vem do grego metrópolis e significa “cidade mãe, cidade principal, cidade grande”. O metrô vem do francês métro, que é a abreviação demétropolitain, que, por sua vez, é a forma reduzida de chemin de fer métropolitain. O metrô é um meio de transporte típico de cidades grandes.
Merece destaque também a palavra cosmopolita, que se refere ao indivíduo que ora vive num país, ora noutro, adotando seus usos e costumes. É o cidadão do mundo. Um lugar cosmopolita é aquele que apresenta aspectos comuns a vários países. Vem do grego kósmos (=mundo, universo) + polis (=cidade).
E quem nasce em Salvador pode ser salvadorense, mas a maioria prefere ser soteropolitano, que vem de Soterópolis, do grego sotérion (=salvação) + polis (=cidade).

DESAFIOS
1)    Que significa impávido?
a)    que não tem pavor, destemido;
b)    indiferente à dor, imune às paixões;
c)    predileção por coisas antigas, aversão ao progresso.

2)    Que é lábaro e pendão?
a)    grande pêndulo;
b)    bandeira, flâmula;
c)    céu, abóbada celeste.

Respostas dos DESAFIOS:
1)    letra (a) – impávido = im (negação) + pavor. Diz o nosso hino: “Gigante
pela própria natureza. És belo, és forte, impávido colosso”. Isso significa que o Brasil é gigante, é belo, é forte, é um colosso destemido, que nada teme, que nada lhe causa pavor. Indiferente à dor e imune às paixões é impassível. E predileção por coisas antigas e aversão ao progresso é imobilismo. 
2)    Letra (b) – também aparecem no nosso hino. O “lábaro estrelado” é a
bandeira nacional cheia de estrelas, que representam os estados da federação. Pendão aparece também no início do Hino à Bandeira, de Olavo Bilac: “Salve lindo pendão da esperança…” Isso significa que lábaro, pendão, flâmula e bandeira são palavras sinônimas.

Você sabe o que é uma rerratificação? E um factoide?


VOCÊ SABE…
…o que é uma rerratificação?
Rerratificação é um neologismo já registrado em nossos dicionários mais atuais e no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, publicado pela Academia Brasileira de Letras. Vem de (re)tificar + ratificar. É a ação de retificar em parte uma certidão, contrato, etc., e ratificar os demais termos não alterados.
É um termo muito usado na área jurídica. Em linguagem mais simples, rerratificar é corrigir ou alterar (=retificar) parte de um documento e confirmar (=ratificar) o restante.
Não significa, como alguns imaginam, uma “nova ratificação”. Não é uma “reconfirmação”. Rerratificar não é “ratificar de novo”. O elemento “re” vem do verbo retificar (=corrigir, alterar); não é, portanto, o prefixo “re” (=novamente), que aparece em palavras como refazer, rever, repor…
É importante lembrar a “velha” distinção entre retificar e ratificar. Retificar é “tornar reto, corrigir, consertar, reparar, alterar” e ratificar é “confirmar, validar, comprovar, corroborar”.
Pode ser muito perigoso confundir um com outro. Imagine se um colega de trabalho é demitido por ter cometido uma infinidade de erros. Aí, você é designado para substituí-lo. E no seu primeiro relatório escreve: “Ratifico todos os erros do meu antigo companheiro”. Sabe o que vai acontecer? Ora, “vai para rua” também. Na verdade, você deve ter retificado (corrigido) todos os erros, e não ratificado (confirmado). E, para quem tem automóvel, confundir retificar com ratificar é um absurdo, pois quem já teve problemas sérios no motor do seu carro deve ter procurado uma retífica de motores. Numa “ratífica” é que ninguém conseguiu entrar até hoje por uma razão muito simples: não existe.

Re-ratificação OU rerratificação?
Carta de um leitor: “Etimologicamente, a expressão re-ratificação é formada pelos parônimos : 1- retificação (corrigir, alterar, modificar) e 2- ratificação (confirmar, referendar, homologar). Ambos, combinados, formariam uma palavra composta, que, em si, numa referência específica, traduziria alguma coisa ou algum detalhe em especial que está sendo alterado, referendando-se, porém, o espírito global daquilo que fora anteriormente acertado, geralmente em contrato formal. Assim não pode/poderia ocorrer o processo de aglutinação, através da adição da sílaba ‘re’ (elemento foneticamente reduzido de retificação) ao vocábulo ratificação, pois ambos os termos sustentam a sua independência semântica, sem prejuízo da inerente intenção de modificar-se algum detalhe específico e, simultaneamente, homologar-se a essência do que havia previamente contratado. Dessa forma, poder-se-á concluir que o hífen não é facultativo.”
Concordo com boa parte dos comentários do nosso leitor e respeito os seus argumentos, mas tenho uma boa e uma má notícia: 1a) a boa é que ele tem razão quando afirma que o uso do hífen, nesse caso, não é facultativo; 2a) a má é que, segundo os nossos dicionários (Aurélio, Michaelis) e o Vocabulário Ortográfico da ABL, que tem força de lei, a grafia oficial é sem hífen: rerratificação.
Eu, particularmente, tenho certa aversão ao hífen, talvez por amar a língua espanhola, que aboliu o hífen e não sente saudade alguma.
É importante lembrar, também, que o novo acordo ortográfico RATIFICOU o uso do prefixo “re-“ sempre junto. Devemos escrever sem hífen, independentemente da letra que começa a palavra primitiva: reerguer, reenviar, reeleição (vogais iguais); reaver, reabitar (o “h” desaparece); ressalgado, ressurgir (com dois esses), rerradiação, rerratificar (com dois erres).

DESAFIO
Que é um factoide?
a)    uma grande mentira;
b)    um fato, verdadeiro ou não, divulgado com sensacionalismo para gerar impacto na opinião pública;
c)    uma falsa denúncia usada para incriminar o concorrente.

Resposta do DESAFIO:
Letra (b) factoide = facto (fato, acontecimento) + oide (próximo, semelhante). É um termo muito usado no meio político. O factoide é sempre divulgado de um modo sensacionalista, com o propósito deliberado de impressionar o povo.

Factoide OU factóide?
                   Segundo o novo acordo ortográfico, as palavras paroxítonas que recebiam acento agudo devido ao timbre aberto dos ditongos “éi” e “ói” PERDERAM o acento gráfico: ideia, assembleia, europeia, ateia, Coreia, epopeia, colmeia, centopeia; heroico, joia, boia, jiboia, apoia, esferoide, asteroide, debiloide, factoide.
É interessante lembrar que esse acento agudo foi mantido nas palavras oxítonas: papéis, anéis, pastéis, quartéis, coronéis, painéis, tonéis; herói, dói, mói, rói, lençóis, anzóis, faróis.
E não esqueça que Méier e destróier continuam com acento agudo porque são paroxítonas terminadas em “r”. Recebem acento gráfico pelo mesmo motivo de repórter, éter, mártir, caráter, contêiner, hambúrguer… A regra das paroxítonas não foi alterada pelo novo acordo ortográfico.

Você sabe qual é a origem da palavra economia?


VOCÊ SABE…
…qual é o sentido original da palavra economia? E de onde vem a morfina?
O elemento “eco” vem do grego oikos e significa “casa, lar, domicílio, meio ambiente”. Na sua origem, portanto, economia é a arte de bem administrar a casa. Hoje é a ciência que trata da produção, distribuição e consumo de bens. É a administração do sistema produtivo de um país ou região, ou seja, da “casa” em que vivemos.
Daí a ecologia que é o estudo (=logia) das relações entre os seres vivos e o meio (=eco) em que vivem. Não devemos confundir com “eco” de ecocardiografia e de ecoencefalograma. Nessas palavras, o elemento “eco” vem do grego echos e significa “som, eco”.
A palavra morfina – hoje usada para definir um tipo de droga, de sedativo – vem de Morfeu, que na mitologia grega era o deus dos sonhos, filho de Hipnos – o deus do sono. É por isso que “estar nos braços de Morfeu” é dormir profundamente e sonhar. E a hipnose é um estado mental semelhante ao sono.
Segundo nossos estudiosos, a palavra morfina foi criada na época de Cristo pelo poeta romano Ovídio.
O uso de morfético para leproso é metafórico: a morfina tira a dor, anula os sentidos assim como a lepra, que é uma infecção que produz lesões na pele, mucosas e nervos periféricos. A região afetada pela lepra perde a sensibilidade. É semelhante ao efeito da morfina.
E por fim, é bom lembrar que, no filme baseado na peça teatral “Orfeu do Carnaval”, a atriz Patrícia França, no papel de Eurídice, ao se jogar nos braços do ator Toni Garrido, ficava “despertíssima”, pois os braços eram de Orfeu, e não de Morfeu.

RACIONAR ou RACIONALIZAR?
Racionar vem de ração. É distribuir em rações, é repartir regradamente.
Racionalizar vem de racional (=relativo à razão) + izar (=tornar). É tornar racional. É usar segundo a razão.
Racionar alimento, água, luz elétrica ou gasolina significa limitar a
distribuição e o consumo de alimento, de água, de luz elétrica ou de gasolina.
Racionalizar o consumo de energia elétrica significa tornar mais eficientes os processos de consumo, ou seja, ensinar meios para que a energia elétrica seja consumida de um modo racional (=usando a razão, com consciência), sem desperdícios, sem abusos, com sabedoria (=sem ignorância).

ADMITIR é RECONHECER ou PERMITIR?
Internauta diz ter lido num bom jornal: “Vaticano admite estupro de freiras por religiosos”. Quer saber se a frase está correta.
Não é uma questão de estar correta ou não. O problema é que o uso do verbo admitir causa ambiguidade, pois “admitir” significa tanto “reconhece, confessa” como “aceita, permite”.
A intenção de quem escreveu era dizer que o Vaticano reconhece que houve estupro de freiras por religiosos, mas ficou parecendo que “o Vaticano permite estupro de freiras por religiosos (=permite que freiras sejam estupradas por religiosos)”, o que seria um absurdo. Não há dúvida de que a escolha do verbo “admitir” foi infeliz.

MAIOR ou MENOR facilidade?
Leitor me garante que ouviu: “Houve época em que o Brasil não encontrava a menor facilidadepara golear o México. Há na história pelo menos duas grandes goleadas.”
Ele tem razão. Houve uma visível confusão com as palavras “não”, “menor” e “facilidade”. Ou havia a maior facilidade ou “não havia a menor dificuldade” para golear o México.
Pior mesmo é o vexame da derrota.

DESAFIOS
1)    Que significa impugnação?
a)    contestação;
b)    procrastinação;
c)    postergação.

2)    Que é basofobia?
(a)  medo de cair quando anda;
(b)  aversão a tudo que é básico;
(c)  medo de não evoluir na vida profissional.

Respostas dos DESAFIOS:
1)    Letra (a) = ato ou efeito de impugnar; contestação. Impugnar é pugnar
contra, opor-se a, refutar, contestar. Procrastinação e postergação são sinônimos de adiamento.
2)    Letra (a) = basofobia é o mesmo que basifobia, que é o medo mórbido de cair, ao andar.

Qual é a diferença entre ótica e óptica?


Qual é a diferença entre ÓTICA e ÓPTICA?

Segundo é conceituado dicionário Caldas Aulete, óptica é a parte da física que trata da luz e fenômenos da visão. Pode ser também o estabelecimento que vende ou fabrica instrumentos ópticos, e especialmente óculos e lunetas. O dicionário Aurélio acrescenta a origem: do gregooptiké. O opticista é o especialista em óptica.
A verdade, porém, é que, hoje em dia, praticamente todas as ópticas são chamadas de óticas. Será que está errado?
Não. Os nossos dicionários registram a forma ótica como variante de óptica.
A dúvida se deve ao sentido original de ótico: relativo ao ouvido. Vem do grego otikós. Daí a otite, que é a inflamação do ouvido; a otalgia, que é a popular dor de ouvido. O otologista é o médico especializado em doenças do ouvido. Otorrino é abreviação de otorrinolaringologista, que é o especialista em ouvido, nariz e laringe.
Já tivemos o oftamotorrinolaringologista: especialista (logia + ista) em olhos (oftamo), ouvido (oto), nariz (rino) e garganta (laringo). É uma especialidade quase inexistente. Também…um pouquinho mais e já seria um clínico geral!!!
Por fim, de onde saiu esse tal oftalmo? Vem do grego ophthalmo, que significa “olho”. A oftalmologia é o ramo da medicina que estuda os olhos em todos seus aspectos. É sinônimo de oculística. Assim sendo, um oftalmologista ou oftalmólogo é sinônimo de oculista.
Resumindo: a palavra óptica só pode ser usada para os fenômenos da visão e ótica pode ser sinônimo de óptica ou relativo ao ouvido.

Qual é a origem da palavra LEAL? E de onde vem a palavra LEGAL?

Cartas legais de um leitor leal: “1. LEALDADE – Nos bons tempos, esta palavra tinha muito a ver com honradez e ética, e não submissão e conveniência, conforme é hoje empregada pelos políticos. Assim é que um indivíduo leal era aquele fiel ao ideário de um partido ou ao compromisso com sua própria consciência, mas hoje em dia passou a sê-lo apenas ao padrinho que o nomeou para um cargo público. (…) É uma pena notar que uma palavra tão bela como lealdade passou a ser sinônimo de cumplicidade. 2. LEGAL – Muito usada hoje em dia pelos jovens, significando coisa ou pessoa de ótima qualidade, nada tendo a ver com as leis ou com a justiça. Sua origem é latina, a mesma do adjetivo LEAL.”
Como pudemos constatar, LEAL e LEGAL têm a mesma origem. Vem do latim lex,legis, que é a origem de LEI. Portanto, na sua origem, LEGAL é estar de acordo com a lei. Daí outras tantas palavras derivadas: ILEGAL (=que não está de acordo com a lei); LEGALIZAR (=tornar legal, dentro da lei); LEGISLAR (=criar a lei); LEGISLADOR (=quem cria a lei); LEGISLAÇÃO (=conjunto de leis); LEGISLATIVO (=que tem o poder de legislar); LEGISTA (=que conhece ou estuda as leis)…
Quanto ao LEGISTA, é interessante observarmos os comentários feitos pelo professor Deonísio da Silva, no seu livro De onde vêm as palavras: “Legista: o vocábulo é frequentemente utilizado para designar o profissional que se serve dos conhecimentos médicos para esclarecer questões jurídicas. Sua denominação original é médico-legista, já que para o exercício de sua profissão é indispensável o curso de medicina. Mas os costumes consagraram, por economia vocabular, como é de praxe, apenas a segunda palavra.”
Assim sendo, um “cara legal” é “maneiro, bacana, amigo”, mas, pela sua origem, é um cara que só age “dentro dos conformes”.

Leitor contesta:

“Deu nesta coluna, a respeito da concordância no infinitivo: ‘Quando o sujeito está claramente expresso, fazemos a concordância no plural’. E o exemplo: ‘O gerente mandou seus subordinados resolverem o problema’.
Entretanto, está escrito: ‘Deixai vir a mim as criancinhas’, apesar de o sujeito estar claramente expresso. É que, quando a construção se faz com os verbos deixar, mandar, fazer, sentir, ouvir e ver, embora os sujeitos sejam diferentes, o infinitivo não se flexiona.
De sorte que, no exemplo da coluna, o correto seria: ‘O gerente mandou seus subordinados resolver o problema’, já que a construção se fez com o verbo mandar.”
Meu caro leitor, não seja tão radical e não reduza tudo a certo ou errado. Se você consultar uma meia dúzia de gramáticas, certamente encontrará opiniões divergentes a respeito desse assunto. Há quem afirme que o infinitivo obrigatoriamente concordará no plural; outros são radicais ao exigirem o infinitivo não flexionado (=no singular); e muitos, como eu, são mais flexíveis e aceitam as duas formas.
Quando disse “fazemos a concordância no plural”, estava me referindo ao padrão adotado aqui no jornal. Faltou dizer que nós usamos o verbo no plural somente quando o sujeito plural vem expresso antes do infinitivo. Isso não significa que consideremos um erro pôr o infinitivo no singular. Portanto, são aceitáveis as duas formas: “O gerente mandou seus subordinadosresolver ou resolverem o problema”. Quanto à frase “Deixai vir a mim as criancinhas”, também preferimos o infinitivo no singular, pois o sujeito está expresso, mas invertido, ou seja, depois do infinitivo.

DESAFIO
Que é neófito?
a)    um tipo de folha;
b)    novato, principiante, noviço;
c)    ignorante, quem não tem cultura e inteligência.
Resposta: letra (b) = neófito, na igreja primitiva, era o indivíduo recentemente convertido ao cristianismo. O prefixo “neo” vem do grego e significa “novo”. Daí o tal de neoliberalismo (=doutrina nova, em voga nas últimas décadas do século XX, que prega a redução do Estado na economia e na esfera social).